terça-feira, 27 de abril de 2010

Contra estagnação, blindadoras testam novas regiões.
Sem ter crescido em 2009, setor de blindagem de automóveis amplia investimentos fora do eixo Rio-São Paulo e prevê avanço de 5%.


Afetado pela crise econômica mundial, o mercado de blindagem de automóveis ficou estagnado no ano passado no Brasil. O número de veículos blindados no País em 2009 ficou no mesmo patamar do ano anterior, quando cerca de sete mil carros passaram pelo processo de blindagem. Este ano, contudo, o setor está otimista e espera que a produção cresça, na pior das hipóteses, 5%. A prévia foi apresentada ao iG pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), que ainda não divulgou oficialmente os resultados do desempenho do setor em 2009.
O crescimento previsto para 2010 deverá depender um pouco menos de metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, nas quais o mercado é considerado saturado. As duas cidades possuem muitas empresas especializadas nesse tipo de atividade - e a maioria das pessoas que precisa do serviço já usufruíram dele.
“O Nordeste está carecendo e evoluindo nesse setor. O aumento da criminalidade e a migração de muitos empresários que estão dispostos a investir na região contribuem para esse crescimento”, afirmou Christian Conde, presidente da Abrablin. São Paulo, com 67% do total, e Rio, com 21%, responderam por quase 90% do movimento do mercado brasileiro de blindagem na primeira metade de 2009.


Não é à toa que companhias de blindagem paulistas e cariocas estão abrindo filiais em outras cidades. É o caso da paulista Armor Blindados. Criada em 1950, a empresa abriu uma filial no Recife há dez anos - que, agora, deve contribuir para que São Paulo deixe de ser seu maior mercado. A empresa blinda aproximadamente 120 veículos por ano e afirma que a capital paulista ainda é a região que mais contribui com o dado. No entanto, isso pode se reverter no futuro, segundo argumenta a companhia. A blindadora também possui filiais no Rio de Janeiro e na Venezuela.
O perfil das pessoas que buscam blindar seus veículos também tem mudado ao longo do tempo. A classe B, por exemplo, que antes nem sonhava com esse adicional de segurança, já começou a procurar o serviço. Uma das razões é que o custo médio da blindagem está caindo ano a ano. Em 2007, o serviço não saía por menos de R$ 51 mil. Em 2009, o valor médio ficou em R$ 47,5 mil e a tendência é que o custo caia ainda mais este ano.
O custo do serviço de blindagem, no entanto, pode variar de região para região e não existe uma tabela de preços do setor. Tiago Redique, dono da blindadora CN5, em Belém, no Pará, afirma que o serviço em sua empresa não sai por mais de R$ 42 mil e que a qualidade é a mesma encontrada em qualquer grande companhia do ramo. “A mão de obra mais barata e os impostos fazem com que o serviço fique mais em conta”, diz.
O empresário atua nesse setor há menos de um ano. Ele conta que teve a ideia de abrir uma empresa de blindagem quando precisou do serviço e não encontrou em sua cidade - hoje, Belém já possui quatro blindadoras.
O Brasil tem cerca de 300 empresas credenciadas que atuam no ramo. Como não há legislação específica para o setor, cabe ao Exército Brasileiro certificar as empresas que desejam atuar nesse segmento.

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