quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Blindagem: só para carros luxuosos?

Há alguns anos, a blindagem era considerada item de luxo. Hoje, ela também é aplicada em modelos mais populares.
O Brasil produziu 6.982 blindados em 2008. São Paulo foi o primeiro no ranking nacional, com 65% da frota.
A blindagem, que há alguns anos era considerada item de luxo e possível apenas para veículos potentes e de elevado padrão, tem se difundido agora também entre o universo de outras marcas e modelos menos luxuosos. Os altos índices de violência urbana têm feito com que donos de carros como Fiat Stilo, Nissan Tiida, Peugeot 307, entre outros, tenham buscado mais segurança nesse tipo de proteção.
“O medo ou trauma por ter sido vítima de algum assalto, principalmente nas grandes cidades, é o fator que mais motiva pessoas da classe média a nos procurar para executar a blindagem em seus veículos”, afirma Fábio Viscardi, diretor da Tecpro, blindadora localizada em Barueri, em São Paulo. A empresa, no mercado há mais de 10 anos, é especializada em blindagens de modelos de marcas luxuosas, como Jaguar, Porsche, Volvo, Mercedes, BMW, mas no ano passado também recebeu pedidos de proteção balística para modelos como Honda Fit, GM Montana e VW Golf.
Além do medo da violência, a evolução da tecnologia no processo de blindagem também foi determinante para o aumento do número de blindagem desses modelos de carro. “A manta de nove camadas, material que substituiu o aço em grande parte do habitáculo, diminuiu consideravelmente o peso do veículo. Tal redução viabilizou, então, que carros com motor de menor potência entrassem nesse segmento”, explica o executivo da Tecpro.
Com a manta balística e demais materiais usados para uma blindagem de nível III-A (a mais praticada atualmente no país – e que resiste até a cinco disparos de Magnum.44), o aumento de peso varia de 150 a 250 quilos, sendo a maior parte do peso provinda dos vidros com espessura de 21 mm.
De acordo com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), em 2008 o Brasil produziu 6.982 blindados. São Paulo foi o primeiro no ranking nacional, com 65% da frota, seguido por Rio de Janeiro (21%) e Minas Gerais (4%).

Segurança e blindagem

O número de crimes no Estado de São Paulo tem aumentado de modo preocupante. Nos três primeiros meses do ano, os roubos subiram 19%, os homicídios cresceram 0,7% e os latrocínios (roubo seguido de morte), 36%, em comparação ao mesmo período de 2008. Os índices, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de SP, explicam também o maior temor dos cidadãos e a busca de proteção por conta própria. Mesmo sem estudos conclusivos, é possível relacionar o aumento da criminalidade à queda da atividade econômica, que reduz a oferta de emprego e derruba a renda.
Muitas pessoas têm procurado tal proteção na blindagem automotiva. Em 2008, o setor atingiu o recorde, com 6.982 veículos blindados, de acordo com dados da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), entidade que representa o segmento. Apesar de o número ser crescente, essa opção, infelizmente, não é acessível a todos. O custo do serviço tem recuado ano a ano, mas, ainda assim, não "cabe no bolso" de grande parte dos proprietários de veículos.
Para atrair a faixa de público de menor poder aquisitivo, proliferam empresas descomprometidas com o rigor técnico exigido das blindadoras. Com promessas de preços baixos e agindo à margem da legislação, vendem uma segurança fantasiosa, que em nada garante a integridade do cidadão.
Entre as práticas condenáveis dessas empresas, estão as chamadas "blindagens parciais". Nelas, o veículo recebe proteção apenas na parte transparente, ou seja, somente nos vidros e pára-brisa, deixando o resto de veículo completamente vulnerável aos disparos.
Esse tipo de serviço é proibido pelo Exército Brasileiro, já que a blindagem apenas da região transparente não garante efetiva proteção. Casos de tiros que atravessaram portas ou outras partes da lataria do carro e fizeram vítimas são noticiados de modo freqüente e evidenciam claramente a ineficácia da blindagem parcial.
Quem procura a blindagem procura proteção e para tê-la efetivamente cabe ao interessado muita atenção no processo de seleção da empresa blindadora. A escolha deve basear-se em diversos fatores. Antes de tudo, é preciso checar se a empresa sondada é registrada e está regularizada junto ao Exército. Não tenha pressa ao analisar documentos, buscar referências, conhecer mais profundamente quais materiais são utilizados e como são inseridos no automóvel. Uma visita às instalações da empresa também é imprescindível. Ela revela como o serviço do estabelecimento é executado e dá a confiança necessária para, então, tomar a decisão.
Nesse processo, vale uma importante ressalva. Jamais tenha a preocupação com o custo como fator prioritário. A máxima "o barato pode custar caro", nesse sentido, ganha imensas proporções. Afinal, quando o assunto é segurança, o barato pode custar vidas.

Pesquisa revela perfil do usuário de blindagem automotiva

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) aponta que, no primeiro semestre de 2009, 3.147 veículos foram blindados no país. A estimativa é que a frota nacional de blindados tenha ultrapassado os 86 mil.
"O motivo não muda. A ignição para a busca da blindagem automotiva é sempre o medo da violência urbana, que hoje atinge as mais diferentes cidades, em todos os cantos do país", afirma Christian Conde, presidente da Abrablin.
Para o acumulado do ano, a entidade prevê pequena queda no número de blindagens. "Devemos sofrer uma leve retração na produção, isso por conta do efeito da crise financeira mundial do início do ano. O setor está se recompondo, mas talvez sem tempo hábil para bater o recorde de blindagens, obtido no ano passado", diz o presidente da Abrablin. Em 2008, 6.982 veículos receberam a proteção de empresas associadas, enquanto a previsão para 2009 é de cerca de 6.700 blindagens.
A pesquisa da entidade também revela o perfil do usuário de blindagem no período. Grande parte (75%) é formada pelo sexo masculino. Desses, a maioria (33%) está na faixa etária que vai de 40 a 49 anos. Já com relação às mulheres usuárias da proteção balística, a maior parcela (32%) tem entre 30 e 39 anos.
Do universo total dos usuários de blindagem no primeiro semestre de 2009, 80% são formados por executivos/empresários. Artistas/cantores (6%), políticos (5%), juízes (3%) e outras ocupações (6%) completam o perfil.
No ranking regional, houve uma pequena alteração com relação aos dados levantados pela entidade em 2008. Passados os seis primeiros meses do ano, São Paulo e Rio de Janeiro continuam sendo os estados com maior incidência de blindagem, com 67% e 21%, respectivamente. Na terceira colocação aparece Pernambuco, com 6%, e Minas Gerais, com 2%. Em 2008, essas posições eram invertidas, tendo Minas com 4% e o estado pernambucano com 3%.
Entre os carros mais blindados, de acordo com a Abrablin, também houve alteração. O Corolla, da Toyota, continua sendo o campeão. Desde 2004 é o modelo mais blindado no país. A mudança acontece na segunda colocação. O Freelander, modelo da Landrover, que ocupava a segunda posição ao final de 2008, perdeu posição para a Captiva, modelo da GM recém-chegado ao Brasil. Os veículos Hillux e Azera, da Toyota e Hyundai, respectivamente, completam o ranking dos cinco mais blindados no primeiro semestre de 2009.
Participaram da pesquisa 28 blindadoras filiadas à entidade, que representam 75% da produção total de veículos blindados no Brasil.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Amor Blindagem

Concertina, Patrimonial, Blindagem veicular e arquitetônica.